A engenharia cai sobre as pedras
Um curupira já tem o seu tênis importado
Não conseguimos acompanhar o motor da história
Mas somos batizados pelo batuque
E apreciamos a agricultura celeste
Mas enquanto o mundo explode
Nós dormimos no silêncio do bairro
Fechando os olhos e mordendo os lábios
Sinto vontade de fazer muita coisa...
(Chico Science, Enquanto o mundo explode, 1996.)
Da Arte e do Paradigma
Eu penso que se quisermos construir um novo paradigma temos que começar a pensar que todos aqueles que vivem da educação e da arte estão sendo roubados no seguinte sentido: O modelo atual de sistema prevê propriedade intelectual, mas quem fica com ela são os orgãos privados, publicos ou meios de transmitir em larga escala. O artista não recebe quase nada pela obra e criou-se o conceito de que nem precisava por que ele gosta daquilo e por estar se divertindo para fazer, "é um lazer" para ele, ja se é lazer então não deve ser remunerado ou recohecido. Errado. Bem agora fica a questão o artista precisa ser respeitado como profissional ser especial como qualquer habilidade e como construir um modelo justo para todos? Certo. Partindo de uma autarquia organizada e não governo instituído, um auto governo num sistema onde o dinheiro não exista e a liberdade de transmissão, reconstrução e cópia deveriam ser legais cabendo o reconhecimento apenas da criação real. Nesse mundo possível as máquinas fazem o grosso porque tecnologia e ciência não faltam porque as pessoas fazem porque gostam e tudo se torna arte e todos os seres se respeitam porque sabem que todos eles são especiais e não faz sentido prejudicar 99 % da populaçao para que 1 % seja triste junto com aqueles que ele mesmo mantém refém da realidade que criaram. Sendo assim o trabalho se torna arte e é remunerado de modo equivalente, todo trabalho deveria ter o mesmo valor e as necessidades sociais é que mudam. Se vivemos em função da arte logo todos se tornam coerentes porque amar aquilo que se faz é justamente construir possibilidades melhores e de continuidade para que o amanhã esteja mais aperfeiçoado que hoje não de maneira competitiva apenas de maneira a criar um valor comum que auxilie na manutenção e evolução de uma sociedade em permantente transição de seres. Sendo assim tudo tem valor atribuido. Minha coerência está em solucionar o conflito e não em causá-lo, esteticamente o conflito é feio e o belo harmonioso porem a dialética existe e nos prova que nasce do conflito uma coerência comum. É claro que sempre existirá o conflito do crescimento porém, se for bem trabalhado, o resultado são bons frutos.
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